Poemas traducidos al Portugués


Tradução de Antonio Miranda

AS PONTES

Gosto de cruzar as pontes
Seus extremos aferrados a uma superestrutura principal
eternas suas fundações —
Mas não é a longitude da ponte nem a largura
O que faz a quantidade verdadeira de seu fluxo
Olhar para baixo [e mais profundo
Que encontrar a visão do último pondo no céu e já não cais —
Porque as coisas foram feitas para que sejam assim
E para que tu identifiques recalcas teu coração
As interseções de união e de equilíbrio
Tampouco a paisagem no ornamento é o que nos atrai
As tais proezas como a desafiar a gravidade
Ou penetrar no bosque secreto de sua infra-estrutura de ferro e cimento —
Gosto de cruzar — por exemplo — a Via Expressa
Rir-me da morte urinando sobre o asfalto virarpara um e outro lado da ponte
(ponte que eu não vejo)
e sempre encontrar o mesmo.


De: Himnos. Lima: Apolo Land, 2008


Eu aspirava a sabedoria das aves seu pavor de silêncioe sua morada de árvores mortas assim aprendi a caminharnas sombras perto d um arroio cerimoniosocopiava um verso e era como cantar ao cisne mortomeu coração numa tarde se foi entre a domada folhagemassim logo aprendeu a caminhar sob o sol


***

Eu olhava o céu enquanto durava o diapensava no destino das baratassabia que cada ser é um ato e uma potênciaque cada coisa é matéria que se transformao que não sabia era por quê seguia olhando o céu:
“alguém deveria dizer te amomesmo não te amando / então surgia em ti
o poeta que transforma a linguagem em algo infinitoque parte do fim ao princípioe mesmo duvidando essa dúvida sempre será um sim”.

De: Los desmoronamientos sinfônicos. Lima: Hipocampo editores, 2008


nihil cepimus

a solidão de uma ostra dormida. seu pranto é o mar.vento nascido do doce desespero. vai-se a aurora.cobre a transparência do ritual. ruas que traçam suaangústia. trânsito de não ser ao ser. filhos da pedra.em seu rosto incorpóreo uma borboleta tem um sonho.
ainda os ferros oxidados o encerram. está só.